28 maio 2009

Senhor Ventania





Chegue calmo ou apressado
Forte, sorrateiro ou avisado
Como quiseres...
Soubambu, esse é o meu nome
Me dobro!
Reverenciar-te é o meu destino
Espero-te todos os dias,
Mensagens assoviadas,
Assopradas entre os meus cabelos,
soltos ramos, brilhando sob o sol.
Soubambu, amiga da luz,
da chuva, do sol.
Mas sou esposa do Vento,
Com quem me deito nas tardes mornas,
e me desfolho nas noites tempestuosas.

11 maio 2009

Alumbramento




Meus olhos estavam confusos diante daquela luz.

Será que já havia dormido tanto e não havia me dado conta? Era dia? Cadê os bem-te-vis?

E a alegria dos cachorros me acordando para terminarem de dormir mais um pouquinho comigo?

Não, não era a claridade da manhã. Mas também não parecia em nada com a de uma lâmpada.


Fiquei assim, corpo prostrado sobre o colchão, sentindo o conforto dos lençóis.

Me faltava a disposição para saber de onde vinha tanta luz.

O aconchego era maior que a curiosidade.


Meus olhos tornaram-se pesados. Voltei a dormir.

09 maio 2009

Socorro!



Grito às árvores por socorro,

por uma resposta, um alívio.

Elas só me respondem com sussurros,

com o farfalhar tagarelante entre elas.


Viro as costas desolada!

Só folhas em branco...

Olho o céu,a chuva, observo o vento...

Nada!


Em nenhum deles as palavras que desejo ouvir,

a voz que anseio escutar

ou os olhos que acalentavam meu coração.


Tudo se tornou estranho,

o dia se fez noite.

E nem a lua veio ao meu encontro.