16 agosto 2008

Amor



Eu tenho uma árvore.
Ela é realmente linda!
Duma luminosidade diferente das outras árvores!
Num dia, no meio da tarde, olhava o horizonte
da janela do meu quarto, de repente uma árvore me
chamou a atenção mais que todas as outras suas irmãs.
Fui lá conferir, olhei de baixo para cima, dei várias voltas ao seu redor,
cheirei suas folhas, nada, ela não tinha nadinha de diferente das outras.
Mas ao meus olhos ela é a melhor, a mais bela, a mais tudo!

Será que é isso que chamamos amor?

Sim



Me impressiona o seu não:
fácil, seguro, sem culpa.
Tão diferente de mim
que só conheço o sim.
- Fica mais? - Não!
- Dorme comigo? - Não!
- Me liga? -Não!
Sempre o mesmo tom, a mesma segurança, a mesma negação...
Por que me submeto?
Por que não digo eu não?
Será que a minha condição de mulherzinha
me condenará eternamente ao sim?
O sim que enfraquece e debilita?

Ou quem sabe exista alguma força no sim,
uma força ancestral que, de alguma forma,
todas as mulheres conhecem?
A força que há na passividade e na aceitação.

12 agosto 2008

Deixa



Deixa eu fazer a sua alma dançar?
Não é difícil.
Primeiro tire a armadura,
deixe o escudo de lado,
seja flexível como as crianças
deixe a música do coração
transportá-lo com leveza,
não ofereça resistência

Por que essa rigidez?
Solte o sorriso, o seu verbo doce e amável
Não se proteja atrás de poucas palavras
Sensatez é bom,
generosidade é melhor ainda

Não sinto medo, não penso tanto,
com você faço e falo o que me vai na alma
E, acredite, se o amor não puder curar nossas feridas
nada mais poderá fazê-lo.