16 agosto 2008

Sim



Me impressiona o seu não:
fácil, seguro, sem culpa.
Tão diferente de mim
que só conheço o sim.
- Fica mais? - Não!
- Dorme comigo? - Não!
- Me liga? -Não!
Sempre o mesmo tom, a mesma segurança, a mesma negação...
Por que me submeto?
Por que não digo eu não?
Será que a minha condição de mulherzinha
me condenará eternamente ao sim?
O sim que enfraquece e debilita?

Ou quem sabe exista alguma força no sim,
uma força ancestral que, de alguma forma,
todas as mulheres conhecem?
A força que há na passividade e na aceitação.