27 julho 2012
Reflexões sobre o amor
Será o amor algo que tira o sono,
atordoa, faz perder o apetite
e a viver sempre com o coração na boca?
Será algo que nos saca o senso de realidade,
de levantar todo dia para trabalhar,
de reparar nas outras pessoas,
de querer se divertir com a família e amigos?
Se nos colocamos em primeiro plano:
Nossos sonhos, buscas e aspirações
Isso não é o amor, é o ego
Se somos dominados pelos ciúmes
Ou pelo desespero de querer manter
o objeto da nossa devoção ao nosso lado,
isso é posse
Se só vemos aquela pessoa
Só pensamos nela,
Isso é obsessão!
Penso que se fala muito sobre o amor.
Porém poucos o conhecem.
Falo isso também por mim
Pois me pego descobrindo que não o conhecia
Conheci paixões
Porém, amor não.
Amor vem quando não o buscamos
É presente dos céus
Se apresenta quando bem deseja
E quando não o buscamos
E muito menos quando escolhemos
Tem vontade própria
Mas não nos tira do chão
Não é nenhuma droga alucinógena
Pelo contrário
Dá-nos e senso exato de nós mesmos
É luz em estado puro
E nos mostra de forma crua
Nossos medos, fraquezas e imperfeições
Faz com que desejemos ser melhores em tudo:
melhores mães, pais, filhos, esposas, companheiros
É um senso de responsabilidade imenso
Queremos ter saúde
respeito, honra
O amor é digno disso!
24 julho 2012
Reencontro
Dizem que os acontecimentos da vida são como as águas de um rio: nunca voltam. Eu cá tenho as minhas dúvidas.
A terra é redonda, por isso acredito que essa água pode voltar a passar pelo mesmo rio 2, 3, infinitas vezes. Em suas muitas formas de ser: água de chuva, vapor, água salgada, granizo, gelo... Ela voltará diferente, sem dúvida, e o rio também já não será mais o mesmo. Porém, mais dia menos dias se encontrarão. Todos fazemos parte de uma mesma trama, uma mesma colcha tecida por mãos sábias e oniscientes.
O que sinto é que a vida se dá, não em forma de círculos exatos que se sobrepõem. Como na escola: terminamos uma séria e logo outra se inicia. Mas nos esquecemos de que essas etapas são apenas ferramentas de organização da aprendizagem, como na vida. A cada etapa o grau de dificuldade aumenta, afinal, estamos mais preparados. A vida irá nos testar em cada ponto. Afinal, só se pode seguir adiante, após ter aprendido bem aquela lição. Pois será a partir dela que iremos construir o próximo degrau. Aí temos mais claro o formado da vida, sua radiografia: uma bela escada em forma de espiral!
A alegria de ver a vida como espirais é que quando menos esperamos coisas, fatos ou pessoas que tínhamos como perdidos podem voltar! E como é bom sentir um perfume conhecido, uma voz conhecida, um sabor que pensávamos que jamais sentiríamos. E o que dizer, então, dos olhos de um amigo que marcou uma época, que nos acolhia com a sua presença, para quem eu era sempre uma boa surpresa no meio do caminho? Não dá para explicar! O reencontro fica com cara de milagre, de um presente!
Claro que como as águas do rio já não somos mais os mesmos, estamos transformados, moldados por tudo o que vivemos. Mas na essência somos as mesmas pessoas, o mesmo tom de voz, o mesmo perfume da pele, o mesmo modo de tocar e de olhar.
São situações raras, que deixa um rastro de magia, de presente que ressurge e que nos faz ter certeza de que o tempo não existe.Só o que existe é o contato, o estar com o outro. Estar em toda plenitude do termo. Quando nos esvaziamos de nós mesmos, baixamos a guarda e permitimos ser parte e não possuidores.
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